Colorir fundos em Estúdio



Nikon D800 + Tamron SP 90mm f/2.8 Di VC USD + Metz Mecastudio TL 300 (x2)
@ f/16; 1/40 seg.; ISO 100; Exp. Manual
C/refletor de cor prata como fundo 

Por vezes, tenciono publicar determinados artigos que, muitas vezes pela oportunidade (ou porque, simplesmente, me lembro) penso terem interesse para os leitores. Todavia, cada artigo que publico não surge do imediato e, muita vezes, quer pelas fotografias que se tornam necessárias, quer pela elaboração do texto que as deve acompanhar, acabam por ficar em "banho maria" esquecidos pelo tempo... O artigo de hoje é, precisamente, um desses exemplos! Mas, como o assunto continua a ser atualmente válido e como mais vale tarde que nunca, cá fica!
Não pretendendo ser um artigo verdadeiramente técnico, partilho hoje com os leitores o resultado de algumas experiências levadas a cabo com o fundo reflectivo que, há já uns tempos, levei para o Estúdio para fotografar pequenos objetos e donde podem tirar alguma ideias, designadamente, a maneira de conseguir diferentes resultados com o mesmo fundo
Para testar, nada melhor que escolher um objeto que representasse uma série de dificuldades ao ser fotografado sobre um fundo reflectivo de cor preta.
No entanto, o fundo é só um dos elementos que se pode usar para conseguir o efeito de reflexo (ou de espelho). Pode, por isso, ser complementado com outros acessórios ou jogos de luz de modo a obter variados resultados finais. E é apenas isso que visa demonstrar este artigo.
Sendo um "fundo reflectivo" reflectirá tudo aquilo que estiver no seu caminho.
Ao logo das imagens que se seguem poderão observar as diferenças da cor de fundo conseguidas através da simples mudança de superfícies refletoras de diferentes cores.  



Nikon D800 + Tamron SP 90mm f/2.8 Di VC USD + Metz Mecastudio TL 300 (x2)
@ f/16; 1/30 seg.; ISO 100; Exp. Manual
C/cartolina de cor bege como fundo


Para o exemplo acima foi utilizada uma folha de cartolina bege para refletir a luz emitida pelos duas softbox's transformando-se, assim, o fundo negro num tom mais acizentado dada a mistura com a tonalidade mais clara emitida pela cartolina.





Uma das soluções para "aquecer" um pouco a luz emitida pelos Strobs pode ser conseguida através do simples processo de cobrir a superfície original difusora com papel vegetal. No entanto, há que considerar regular a potência do clarão tendo em conta a "perda" de luz que o método implica.






Nikon D800 + Tamron SP 90mm f/2.8 Di VC USD + Metz Mecastudio TL 300 (x2)
@ f/16; 1/30 seg.; ISO 100; Exp. Manual
C/cartolina de cor laranja como fundo 


Imediatamente acima, neste exemplo (não muito feliz mas que coloco só para verem até que ponto a utilização de qualquer fundo onde se projete luz pode modificar a cor...) pode ver-se o resultado do fundo original de cor negra quando utilizada uma cartolina de cor laranja. Claro está que esta interferência da cor utilizada vai refletir-se não só no fundo mas, também, no próprio objeto que fotografamos pelo que há que ter em conta esse factor...





Nestas imagens pode observar-se facilmente a influência decorrente da utilização da cartolina de cor laranja para projetar a luz recebida das Softbox's sobre o fundo negro.


Nikon D800 + Tamron SP 90mm f/2.8 Di VC USD + Metz Mecastudio TL 300 (x2)
@ f/16; 13 seg.; ISO 100; Exp. Manual
Apenas C/luz de modelação dos Strobes 

Por último, um exemplo duma iluminação muito suave conseguida apenas com recurso à luz modeladora das Sotbox's sem emissão de ""luz Flash" combinada com uma exposição longa (13 seg.).



(Se ficaram curiosos pelo motivo de nesta última fotografia o topo da tampa da caneta estar "manchada" de cor vermelha, cá fica a explicação do porquê!

Esse (os reflexos) são um dos motivos porque temos de ter um especial cuidado com o que está à nossa volta (ou mesmo da maneira como nos vestimos...) quando fotografamos. Principalmente em Estúdio! Claro que, este caso, seria de simples resolução na edição... mas, propositadamente assim deixei ficar para exemplo).
E, pronto, cá ficam algumas ideias!

Tamron Lens - 45mm | Sample series #1


Ponte Velha de Castro Laboreiro (Melgaço)
Nikon D800 + Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD
(@ 1/6 seg., f/16 (-0,7 EV), ISO 50, VC-On - s/tripé)

Durante um casual passeio pelas belíssimas terras do Alto Minho, aconteceu passar em Castro Laboreiro.
Bem visível da estrada (mais propriamente da ponte, paralela, que passa sobre o rio), podemos observar esta paisagem com a Ponte Velha (setecentista ?) desativada.
Sem querer alongar-me nas palavras, passo a explicar o motivo que me levou a partilhar esta fotografia... 
Certamente que, pelo menos aos mais atentos, não escapou da leitura dos dados Exif um pormenor que expressamente neles está inscrito... O facto da fotografia ter sido captada com uma velocidade de obturação muito baixa (1/6 seg.) sem recurso a tripé (isto, apenas, porque não tinha nenhum comigo)!
Pois bem, este foi um teste à capacidade de estabilização de imagem (sistema VC) da nova objectiva com que tenho andado a fotografar. 
Habitualmente, este tipo de objectivas de distância focal "normal" não necessitam de sistemas de estabilização, até porque, mesmo sem esses sistemas, permitem a captura de fotos com nitidez utilizando velocidades de obturação bastante baixas. Mas não tão baixas... A 1/6 seg. seria natural que a foto (sem utilização de tripé ou outro mecanismo de estabilização externo) ficasse "tremida".
Mas, e aqui está o porquê, no caso deste registo em concreto, essa funcionalidade foi uma mais valia. Claro está, que não precisava de ter captado a foto a ISO 50 e a f/16 e que qualquer alteração nesses valores poderia permitir obter uma velocidade de obturação muito mais elevada que os 1/6 seg. 
No entanto, perderia aquilo que queria registar: O arrastamento da água. Com valores de obturação mais "rápidos" a água que corre sob a ponte ficaria "congelada" e a foto menos interessante.
Como diz o provérbio, "Uma imagem vale mil palavras". Portanto, para melhor explicar a diferença, entre um tipo de captura e o outro, cá fica:

Resumindo: Uma funcionalidade (VC) que supostamente não é imprescindível neste tipo de objetivas mas que, neste tipo de situações (entre outras), poderá ser útil!     

A estreia duma nova objectiva! Para variar... Tamron!


Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD + Nikon D800
f/5.6; 1/800 seg. (-0,3 Ev); ISO 100



A  Robisa (representante da Tamron em Portugal) enviou-me, há alguns dias, uma nova objetiva para utilização pessoal: A Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD.
Lançada conjuntamente com a sua "pima" SP 35mm f/1.8, esta SP 45mm faz parte do grupo das primeiras objectivas que foram comercializadas pela marca respeitando os padrões de exigência e o design da "nova era" de objetivas da Tamron. 
Já lá vai algum tempo mas, por acaso, este não é o primeiro contacto que tenho com uma destas unidades. Tive oportunidade de experimentar uma, pela primeira vez, nas terras transmontanas durante um Workshop em Vinhais (Bragança), por volta da altura em que tinham sido lançadas. Na altura gostei, e como costumamos querer aquilo que gostamos (pena não poder ser assim com tudo...) cá está a nova menina!  
  
E, como de costume, sempre que chega uma nova objetiva lá saio para fotografar.... Muitas vezes, como foi o caso, apenas para aproveitar este pimeiro contacto para somente "disparar por aí" sob diferentes condições/regulações para depois ir interpretando e formando opinião com base nos resultados obtidos. 
Neste caso, uma vez que esta SP 45mm tanto pode ser utilizada em câmaras FX como DX, utilizei-a com os dois formatos. Quando acoplada numa câmara de sensor de formato FX, (como é o caso da foto acima), retrata a realidade de maneira muito similar à que a observamos.
Depois, é com fotos de teste como esta que se vão reparando em pormenores como a capacidade de registar detalhes, distorções, aberrações cromáticas, cor,.... enfim, partilho apenas porque gostei da simplicidade desta foto!


Mas, por acaso, esta 45mm, face à sua pequena distância de focagem mínima (de apenas 29 cm), também é um caso a considerar para quem utiliza câmaras com sensor de formato DX e goste de registar detalhes. Também testei essa capacidade com uma câmara de formato FX mas, neste caso, não penso que se consiga, de todo, substituir uma objectiva Macro.
Como podem ver na imagem ao lado, apesar de se tratar duma 45mm, a objectiva é grande (quer em comprimento - 91,7mm, quer em diâmetro - 80,4mm). O parasol faz parte integrante do "Pack"!
Tratando-se duma objectiva luminosa, claro está que tinha de testar a caparcidade de registo de detalhes a pena abertura... numa das fotografias  mais abaixo pode ser visto o resultado. Fotografando a pouca distância do objecto, a f/1.8, a proundidade de campo é reduzissíma!



Retomando o que acima dizia, quando utilizada com câmaras DX, conseguem-se resultados interessantes... "quase" macros.


Em baixo, alguns exemplos de fotografias (sem qualquer crop) captadas com a SP 45mm acoplada a uma câmara DX. As imagens ilustram a capacidade de registo de detalhes, em assuntos bem pequenos, que é realmente excelente:

Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD + Nikon D500
f/6.3; 1/600 seg.; ISO 500

Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD + Nikon D500
f/1.8; 1/320 seg.; ISO 100

Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD + Nikon D500
f/4; 1/60 seg.; ISO 100

Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD + Nikon D500
f/6.3; 1/320 seg.; ISO 400

As importações, os Correios... e a nossa Alfândega!


Ilustração de Artur Ferreira

Tendo presente e a propósito, até, da recente questão da saída do Reino Unido (Brexit) aproveito hoje para, de modo (relativamente...) exaustivo, vos contar algo que todos devemos ter presente quando decidimos comprar/
importar artigos de países fora da Europa ou mesmo, dentro dela, de alguns países que não fazem parte do acordo Schengen.
É vulgar, hoje em dia, pelas facilidades conferidas pela Internet, sermos tentados a comprar "online" acessórios e mesmo câmaras fotográficas vindas do estrangeiro.
Bom, dependendo do país donde são comprados, há que ter em conta, no caso de países fora do acordo Schengen, os custos acrescidos da carga tributária (alfândega) que sobre eles vai incidir quando entrarem no nosso país e as inerentes burocracias até que o artigo comprado (ou oferecido) chegue a nossa casa. Ou seja, antes de tudo o mais, é preciso fazer contas... porque o artigo pode até ficar mais caro do que comprado numa loja física no nosso país, onde pagando todos os impostos se contribui, também, para a sustentabilidade do comércio nacional.
Sobre isto, já agora, esclareço que a nossa legislação isenta compras (até ao valor de €22,00, incluindo portes) quando feitas em países fora da UE (ou mesmo na UE em países em relação aos quais não exista a "livre circulação de bens") do pagamento de impostos e taxas.
Acima desse valor (€22,01), pagar-se-á o respectivo IVA, taxas administrativas da alfândega e dependendo do artigo, taxas adicionais. Contas por alto, pode acrescentar-se até cerca de 30% do valor... isto para não haver surpresas...!
Para melhor esclarecimento aqui fica a fundamentação legal onde poderão ser tiradas estas e outras dúvidas  - 
INFORMAÇÃO ÚTIL PARA O DESALFANDEGAMENTO DE ENCOMENDAS POSTAIS (abre em novo Link) >>

Bem, prólogo à parte, através da narrativa que segue vou contar aos leitores a minha (má... péssima, talvez) 
experiência com o desalfandegamento de um artigo que me foi oferecido com origem num país europeu não pertencente, ainda, ao rol de países em que vigora o acordo Schengen (Turquia).
Não sou, tipicamente, uma pessoa que costume “desabafar”... mas há situações que nos tiram do sério e, quem sabe, a minha experiência pessoal possa ajudar alguém.... bem a propósito pedi ao amigo e bem conhecido caricaturista nacional, Artur Ferreira, um Carton que, de forma excelente, ilustra a experiência e o cerne deste artigo!
Bom, como já estão a adivinhar, a situação tem a ver com os nossos correios e o processo de desalfandegamento de um objecto vindo, neste caso de país europeu, mas ainda não pertencente à CEE.
Bom, tudo começa quando, gentilmente, pelo próprio fabricante, me foi oferecido para testes um equipamento (acessório) fotográfico que, por ser inovador eu próprio tinha interesse em testar e partilhar a opinião com os caros leitores. Até aqui tudo bem...
Os problemas começam quando a encomenda chega ao nosso país e vai parar à Alfândega.
Após 6 dias de aí ter chegado, pelos CTT Internacional foi-me remetida a tradicional "Declaração para autorização de desalfandegamento" e solicitado o NIF. De imediato foi satisfeito o pedido mais informando eu, desde logo, que se tratava duma oferta.
No entanto, após satisfeito o que me haviam solicitado, recebo um novo email pedindo um "Print screen" com os dados da compra ou do pagamento efetuado.
Nesta altura começo a verificar que reina a anarquia e a desorganização naquela entidade pois cada email que recebia vinha assinado por diferente funcionário (excluindo aqueles que não vinham assinados, o processo foi tratado por cerca de meia dúzia de diferentes funcionários) e rapidamente se percebe que, além das respostas automáticas, as restantes também o são ou demonstram uma total falta de atenção ou capacidade de discernimento por parte de quem as lê e responde...!
Então, tendo dito que se trata duma oferta como é possível enviar um “Print Screeen” da compra ou comprovativo Paypall com o valor pago?!
Adiante, percebi que era um beco sem saída e solicitei ao fabricante o envio duma fatura proforma (resolução sugerida por um outro funcionário dos CTT internacional aquando de telefonema que fiz a tentar saber como resolver a questão... (Hã! Telefonemas para o indicativo 707.... demorados e pagos a custo acrescido!).
Lá enviei a fatura proforma, pensando que estaria tudo resolvido.... Errado!!!
Mais uns dias se passam e, espanto meu, nova comunicação: O que faltava? O valor dos portes de correio pagos! Pergunto: Porque não me solicitaram isso na altura que pediram a fatura proforma???? Resultado: mais um email ao fabricante solicitando desculpas pelo incómodo e que me enviasse uma nova fatura Proforma com o valor dos Portes de correio discriminados!
E, mal chegou (logo no dia seguinte), nova comunicação aos CTT internacional remetendo a malfadada fatura Proforma com a discriminação dos portes de correio.
Passam mais uns dias e... nada! Decido, novamente, gastar mais algum tempo e $$$ e ligar para os CTT Internacional. 

Desta vez, informo a funcionária que me atende de tudo o que já me havia sido solicitado e que tinha satisfeito sempre quase de imediato o que iam pedindo. Espanto meu, a mesma, após averiguar com os colegas da situação em concreto diz-me em tom sabedor: “Neste caso, é melhor o Sr. remeter-nos uma Declaração de Honra dizendo que se trata efetivamente duma oferta e qual o valor da mesma.”
“Sinceramente (disse-lhe eu em tom de desabafo), já não percebo....Então se desde o primeiro dia comuniquei que se tratava duma oferta, e nessa circunstância me solicitaram uma fatura Proforma com um valor comercial, que sentido faz agora eu ter de declarar o valor...? ” 
Enfim, vi que não mais valia a pena discutir e lá remeti a “Declaração de Honra” com o valor (do objecto e do valor dos portes) e sosseguei... até receber nova comunicação!
Dizia:
“Informamos que após análise da documentação enviada verificámos o seguinte:
- Falta o documento comprovativo dos portes de envio. Se os mesmos foram gratuitos, poderá expressá-lo no corpo do e-mail de resposta.”

Tristemente, passados 6 dias, para aí uns 20 emails (incluído as respostas automáticas) e duas chamadas telefónicas chego à conclusão que voltamos ao início de todo o processo...!!!!!
Então não é que, tal como lhe tinha dito, desde o meu primeiro email, havida sido uma oferta e que não tinha pago nada pelos objecto ou pelos portes???!!!

Nesta altura, pensava cá para mim: "A seguir temo que me peçam, novamente, o "Print sreen" com o valor da compra!!!!"
Bem, chegado a este ponto, já dá para ter a noção de como é completamente surreal a experiência de ter de lidar com os CTT Internacional. Mas a estória não fica por aqui...
Não ponho em causa as burocracias necessárias para desalfandegar e controlar fiscalmente os objetos que entram no nosso país mas sim a falta de concertação e de entendimento que tem os vários funcionários daquela empresa, na qual, tudo parece “rolar” sem regras, responsabilidades e sem alguém que pareça saber descortinar e resolver as questões regularmente!

Atrevo-me a deixar a sugestão: Porque não atribuir cada processo de desalfandegamento a um determinado funcionário e ser sempre o mesmo a responder perante o cliente e a instruir toda a documentação que necessitam?
No entretanto, o tempo vai passando e os clientes vão perdendo a boa postura que a custo vão tentando ter nas respostas (desnecessárias) que vão dando àquela empresa!

Continuando... isto já parece uma daquelas infindáveis telenovelas... 
Mais uns dias se passam e, tendo remetido tudo o que, mais uma vez, haviam solicitado, eis que a informação no site dos CTT destinada ao seguimento de encomendas, lá retira a informação de "Documentos não Ok". 
Desta vez parecia que, finalmente, iria receber o artigo!
Errado! Apenas um dia depois, recebo mais um email solicitando que fosse discriminado o artigo em causa e o seu valor real...! E lá passou novamente a constar a 1ª informação e a menção dum 2º aviso:

Pimba! Voltamos ao início!
Mais um telefonema para a CTT internacional e eis que me é dito que a Autoridade Tributária não concordava com o valor que o fabricante tinha indicado e que eu, por indicação dos CTT, tinha, sob compromisso de honra dito ser o correto. Bom, na verdade o que eu declarei foi que aquele havia sido o valor que o fabricante atribuiu ao mesmo. Isto é, tratar-se-ia dum valor simbólico ou apenas de custo de produção uma vez que o equipamento em causa havia sido oferecido e não era comercializado nem seria, como declarei, para comercialização por mim em Portugal.
Rapidamente fiquei a saber que isso de nada interessa às nossas Finanças...
Nova sugestão dos CTT para desbloquear a situação: Declarar um novo valor mais alto!
Aí, disse eu: 
- "Alto lá! Então se eu declaro, inicialmente, um valor comercial numa "Declaração de Honra" vou agora declarar um diferente...?" Perguntei!
- "Das duas uma: Ou menti aquando da primeira declaração de valor ou mentia agora se o fizesse, respondi! Então a as falsas declarações? Já não interessavam?"
Também, quando a isto, depreendi pela resposta do outro lado que o que interessava era a Autoridade Tributária ter um valor para aplicar a carga tributária.
Assim, nova sugestão me foi dada: 
-"O senhor não tem de enviar nova Declaração de Honra... basta ver por aí na internet um preço para esse objecto e indicar mais ou menos esse valor. Pode chamar-lhe apenas "Declaração de valor". 
Já com duvidas sobre o que deveria fazer, uma vez que, sinceramente, a solução apontada não colhia a minha simpatia, perguntei:
-"Então e se eu não concordar e nada fizer? O objeto é devolvido ao remetente? E tem custos?"
Bom, lá me foi explicado que se não fosse desbloqueada a situação o objecto era devolvida ao remetente, sem custos para qualquer das partes. Será???
No entanto, foi-se sempre indicada como melhor solução a de "dar" um valor mais alto ao objecto. Presumi, então, que esta seria a questão fulcral - atribuir um "valor comercial"! 

Assim, numa nova tentativa, lá satisfiz o sugerido e enviei a tal "Declaração de Valor" de acordo com uma pesquisa efetuada, fazendo acompanhar a mesma, do "Link" onde se podia, inclusivamente, ver o preço daquele artigo no estrangeiro... 
Também isso não chegou, não resolveu nada e, assim, recebi nova comunicação:

"Exmo. Senhor
José Loureiro,

Lamentamos, contudo sem a documentação solicitada pela Autoridade Tributária e Aduaneira, não nos será possível dar seguimento processo de desalfandegamento em questão.
Na ausência dos documentos em questão, que lhe estão a ser solicitados, questionamos se pretende solicitar a devolução do objeto ao remetente.
Ficamos a aguardar a informação solicitada."


Uma vez que já havia passado mais de um mês desde o envio e, nesta altura já lá iam cerca de 30 comunicaç
ões por email (solicitações/respostas) e umas 4 ligações por telefone para os CTT internacional, achei que já chegava!

Controlando o impeto de responder de forma menos polida e educada, escrevi apenas:

"Caros Senhores
CTT Internacional

Lamentavelmente, digo eu, venho por este meio informar V. Exas. que, sim, pretendo a devolução do objecto ao remetente.
Digo-o, porque, sinceramente, após uma infindável troca de comunicações escritas e telefonemas com essa entidade, fui enviando aquilo que me era pedido e sugerido para "desbloquear a situação". Contudo, parece que nunca foi o correto ou suficiente...
Assim, não sabendo o que mais pretendem (penso, neste momento, que voltamos ao início e cegamente a Alfândega pretende novamente o envio duma fatura de compra que eu não tenho, por se tratar duma oferta como venho dizendo desde o início), sinto que chegamos a um verdadeiro impasse... Assim, para que não percamos mais tempo, eu, os CTT e a Alfândega dou por finda esta triste experiência.
Peço desculpa pelo desabafo...

Atentamente,
José Loureiro"



E assim foi...!
Isto é... parece-me que novos episódios se seguirão. Isto porque, ainda hoje (3 de abril de 2017), recebi nova comunicação dos CTT Internacional dizendo que o pedido de devolução ao remetente "foi reencaminhado internamente, a fim de ser analisado".
Desconheço o que por aí mais venha...!!!!!
Em todo o caso, fica  partilha desta minha experiência e o alerta para quem tenha que lidar com situações análogas, embora, segundo relatos que vou lendo, as "coisas", na nossa Alfândega, parecem não obedecer a um padrão e o fator "sorte" não ser de desprezar...