Kodak Six-20 Popular Brownie (1939-1943)





O tempo e principalmente a disposição para escrever artigos técnicos não tem sido muita e por isso entretive-me, nestes últimos dias chuvosos, a testar uma nova iluminação de estúdio fotografando mais uma "relíquia do passado"...

Por isso, desculpem-me os mais ávidos por informação, mas esta semana repete-se a dose: Mais uma câmara clássica de colecção! A "Kodak Six-20 Popular Brownie". Uma pequena "caixa" que utiliza "Rolos 620". O seu estado de conservação não prima por ser o melhor mas, mesmo assim, continua a ser uma câmara encantadora!

Excluindo as câmaras "Pinhole", não conheço meio mais básico de fotografar que isto! Para fotografar com esta câmara utilizam-se somente dois selectores: Um que comuta entre o modo de fotografia instantânea (posição I), com uma única velocidade de obturação (ao que julgo, cerca de 1/40 ou 1/50 seg....), e o modo "Bulb" (posição T). O outro selector, situado na parte mais inferior, é o "botão de disparo". Tanto funciona no sentido ascendente como descendente. Simples!
Além disso nada mais é preciso fazer! Não possui qualquer regulação de abertura (entrada de luz); não existe qualquer modo de efectuar focagem... tudo o que se encontre a mais de dois metros até ao infinito ficará focado através da objectiva tipo "meniscus"!
Depois, existe o botão de rodar o filme e dois pequenos visores auxiliares para enquadramento da cena.

Enfim, uma câmara extremamente simples, económica e tecnicamente acessível a todos. Este era precisamente o objectivo deste tipo de câmaras! A "caixa é uma composta por uma mescla de materiais: Madeira, cartão, metal e uma espécie de imitação de pele texturada. Os acabamentos, nomeadamente os menos visíveis, no interior da câmara, quase fazem lembrar uma "invenção feita em casa".

(Clicar nas imagens p/aumentar)

















Ao lado:
Três diferentes tipos de rolo (todos de médio-formato) vulgarmente utilizados pelas câmaras do início do século passado até meados dos anos 50.
O tamanho "120" continuou a ser usado até bem mais tarde... Embora não seja já tão "vulgar", ainda hoje em dia é comercializado e podem comprar-se rolos destes em alguns estabelecimentos aqui ou acolá... como por exemplo, na Fnac...









 Caraterísticas/Especificações:
Anos de produção: 1939 a 1943
Focagem: Fixa
Abertura: Fixa
Objectiva: Tipo "Meniscus" à frente do obturador
Obturador: Disco rotativo, 1/40~1/50 sec. e T
Caixa: Metal revestido a pele
Dimensões (LxAxP): 8 x 10,5 x 11cm aprox.
Rolo: 620

Kodak No.2A Brownie - Model C (1924-1933)





Será uma mala? Será uma vulgar caixa?

Não. É mesmo uma câmara fotográfica! Pode parecer, à primeira vista, tratar-se de um dos primeiros modelos de câmaras fotográficas, devido à sua parecença com uma câmara Pinhole mas, na realidade, até é um modelo não muito antigo.

Este tipo de câmaras, denominadas de "Box" (caixa) foram, talvez, o ponto de partida para tornar a fotografia mais económica e acessível a todos. Eram câmaras baratas, de construção básica e muito simples de usar.

Dotadas duma objectiva constituída por uma só lente, do tipo "Meniscus" (côncava dum lado e convexa do outro), estas pequenas caixas fazem-me lembrar as mais recentes câmaras descartáveis de 35mm...

A sua introdução no mercado remonta a 1907 e este modelo em concreto (Modelo C) foi produzido entre os anos de 1924 a 1933. Produziram-se mais de 2 milhões de unidades deste modelo!

Bom, mas melhor que descrever a câmara é mesmo ver as imagens que, por si só, dizem e explicam mais que qualquer texto! Em particular, chamo atenção, para a foto nº 4 onde se encontra visível o fantástico sistema de obturação! A sua simplicidade é extrema! Contudo é eficaz e duradouro.

Cá ficam, então:
(Cliquem p/aumentar)







Carateristicas/Especificações: 
Anos de produção: 1907 a 1936
Focagem: Fixa
Abertura: 3 aberturas possíveis (f/5.6? a f/16?)
Objectiva: Tipo "Meniscus" por detrás do obturador
Obturador: Disco rotativo, 1/50 sec. e T
Caixa: Metal revestido a pele
Dimensões (LxAxP): 8,5 x 12,5 x 15cm aprox.
Rolo: 116

Lampadas fluorescentes compactas E27 de 4000K




Não, não estou a fazer publicidade!
Ou melhor, até estou... :) mas a ideia é tão somente dar a conhecer (a eventuais interessados) a marca e o modelo destas lâmpadas que acho serem um produto interessante, em termos de resultados e relação preço/qualidade, para utilização em fotografia de estúdio.
Não é todos os dias que se encontram à venda, em espaços comerciais genéricos, lâmpadas conciliáveis com a iluminação propícia para fotografia.
Como é sabido, a maioria das lâmpadas à venda tem uma temperatura de cor que varia entre cerca de 2400 a 2800K. Ou seja, produzem uma tonalidade de cor quente (tons amarelados). Essa coloração, sem que seja efectuado um correcto ajuste de equilíbrio de brancos nas câmaras, não permite uma reprodução fiel e equilibrada de cores. Toda a imagem fica "amarelada" com principal incidência naquilo que deveria ser branco. (acerca da temperatura de cor e como a corrigir podem ver aqui)
As lâmpadas que encontrei, são lâmpadas fluorescentes compactas e pese embora não serem específicas para fotografia de estúdio, conseguem "dar conta do recado". A temperatura de cor de 4000K não consegue reproduzir o branco total mas não anda muito longe.




Enquanto pesquisava, numa superfície comercial, as especificações contidas no exterior das embalagens, sem contar, descobri estas lâmpadas economizadoras, com casquilho E27 de 21W de potência (equivalentes a 100W duma lâmpada convencional). Decidi comprar uma (cerca de 8 euros), traze-la para casa e experimentar.
Coloquei-a numa Softbox de 50x70cm e na verdade fiquei bastante satisfeito com os resultados. Os 4000K produzem realmente uma luz branca. Não totalmente equivalente à luz de flash mas, mesmo com a câmara regulada para "Equilíbrio de brancos Automático", os resultados são bons.
Em cima encontra-se a comparação de resultados obtidos com diferentes tipos de lâmpadas com a câmara regulada para Auto WB.
Em "1" foram usados dois projectores com lâmpadas economizadoras, de 20W cada, com uma temperatura de cor de 2800K. Como facilmente se alcança, sem nenhuma correcção de cor (WB), os brancos (e tudo o resto...) são transmitidos com uma temperatura de cor muito quente (amarelada).
Em "2" foram usados os dois projectores, anteriormente mencionados, mas foi acrescentada uma Softbox, directamente por cima do objecto, munida com uma das tais lâmpadas de 21W de 4000K. A temperatura de cor "arrefeceu" qualquer coisa mas ainda ficou bastante influenciada pela tonalidade quente emanada pelos dois projectores.
Por último, em "3" (cujo resultado final, sem qualquer edição, fica ilustrado pela foto do topo) foi usada unicamente a Softbox por cima do objecto com uma lâmpada de 21w de 4000K.
As diferenças são enormes! Embora os brancos não sejam representados completamente naquela cor não andam lá muito longe conforme se pode verificar na imagem em baixo.


 Em suma: 
Uma maneira económica e acima de tudo eficaz de conseguir uma correcta iluminação contínua sem necessidade de posterior recurso a grandes correcções!
Já agora, como último apontamento, verifiquei que existem já outras marcas, como por exemplo a Phillips, que comercializam também este tipo de lâmpadas fluorescentes compactas sob diversas formas e potências. Inclusive, esta última marca fabrica um determinado tipo destas lâmpadas com uma temperatura de cor de 6500K... mas se calhar também é demais para o efeito... pois os 4000ºK parecem-me bem!

Fotografia de Concursos Hípicos | Exemplos com utilização de Texturas por sobreposição em camadas


Nikon D300 + Nikkor 80-400mm VR
@ 92mm, f/5, 1/1000 seg., ISO 160




Nikon D300 + Nikkor 80-200mm f/2.8
@ 145mm, f/2.8 (+ 0,3Ev), 1/125 seg., ISO 3200




Nikon D300 + Nikkor 80-400mm VR
@ 220mm, f/7.1  (+ 0,3Ev), 1/320 seg., ISO 125


Existem variadíssimas maneiras de apresentar ou melhor, editar, as fotografias. Actualmente, fazendo uso de meios digitais, o limite é a nossa imaginação. Na verdade, cada vez mais os nossos olhos se habituam a ver fotografias "tratadas digitalmente" em pós-produção. 
Esta é uma questão que divide muitos dos amantes da fotografia. Para alguns, as fotografias devem ser aquilo que unicamente captamos com a câmara. Para outros a fotografia começa a ser somente um "trabalho de laboratório" onde tudo conta mais que a própria captura original...

Enfim, cada um interpreta este assunto à sua maneira. Pessoalmente, entendo que, contrariamente à "fotografia analógica", os ficheiros saídos de qualquer câmara digital necessitam e beneficiam com algumas correcções posteriores. Esse tipo de edição não me repugna rigorosamente nada pois também na dita "era analógica", com a fotografia em película, se faziam estas correcções em laboratório.
Em termos grosseiros, substituímos o laboratório pelo computador de nossa casa...

Exemplos - Originais/Texturadas (Clique p/aumentar)
Bom, um dos temas que amiúde fotografo são os cavalos e os concursos de saltos hípicos. Regra geral, pouca edição faço às fotos além de pequenas correcções de níveis. Neste espaço já publiquei, por diversas vezes, fotos de concursos de saltos hípicos mas, por vezes, é preciso também variar. Por isso, as fotos de hoje são um exemplo daquilo que podemos fazer em pós-produção para as tornar mais apelativas. Em todas foi usada a "técnica de sobreposição com textura por camadas".
O processo em si é relativamente simples mas devido às inúmeras e indispensáveis fases necessárias para o finalizar não o vou aqui explicar.
Ao lado podem ver as diferenças entre os ficheiros originais (sem qualquer alteração) e o resultado final que se obtém com o uso desta técnica. 
As imagens são um tanto ao quanto "artificiais" mas, quanto a mim, são comparativamente bastante apelativas e conseguem prender-nos a atenção.
Esta é uma das técnicas frequentemente usadas por editores/fotógrafos de "Fine Art" e em função do fundo (textura) usada (e duma série doutros factores) permite alcançar resultados de grande sentido estético. Não estou a dizer que eu os consiga... Longe disso! Até porque não domino minimamente esta técnica de edição... mas os exemplos servem para dar uma ideia do que estou a dizer.
Para uma melhor comparação com o "tradicional" tipo de fotografia usado nestes eventos podem ver exemplos somente com pequenas correcções de níveis aqui; com efeito de Panning durante a captura  aqui e aqui; e com conversão para sépia aqui ou aqui.

Tal como acontece com o “HDR” esta técnica tem a dicotomia de tanto possibilitar imagens de elevado sentido estético como… grosseiras. Ou seja, o seu emprego deve ser "doseado”!
Basicamente, precisamos da fotografia que queremos editar, dum computador com um programa de edição de fotografias e ainda duma segunda fotografia que não mais é do que uma textura que servirá de fundo. De seguida combinam-se as duas fotos em camadas e deixamos transparecer acentuando aquilo que queremos que fique visível. Claro está que, quer o fundo, quer a nossa fotografia original não dispensam, além disto, os "normais" acertos e correcções de níveis, tons, saturação etc...
Enfim… algo diferente. Para variar!