Kodak - No. 2A Folding Autographic Brownie (1915-1926)



Novamente... recordar o passado!
Desta vez, (re)descobrindo algumas curiosas caracteristicas desta "Kodak - No. 2 Folding Autographic Brownie".
Digo, desde já, que esta passa a ser, agora, a câmara mais antiga que alguma vez mencionei neste espaço!

Produzida em vários países (Canadá, USA, UK), este modelo de câmara foi lançado em 1915 e, com algumas pequenas alterações, manteve-se em produção até 1926. Uma dessas alterações foi a mudança, a partir de 1917, de "cantos quadrados" para "cantos redondos" e a forma do fecho (que serve de pé), de "S" para "C", em meados de 1919.
Um outro importante elemento que foi sendo alterado ao longo dos anos de produção (e variando consoante o país onde a câmara era produzida), era o tipo ou modelo de obturador usado.
Em concreto, a câmara que consta das fotos, atendendo a que é um modelo com obturador "Kodak Ball Bearing Shutter" é por isso, ao que julgo, um exemplo das últimas gerações. Datado, portanto, entre 1924 e 1926.
Estas câmaras, apesar da sua antiguidade (quase 100 anos...), são ainda muito "vulgares" e por isso de pouca cotação para coleccionadores. Em contrapartida, o seu preço ou valor é relativamente baixo. Tal facto deve-se à grande quantidade de câmaras deste modelo que foram vendidas. Mais de meio milhão!

Tal como a "Kodak No.1 Pocket, Series II" que há dias mencionei, esta Kodak No.2 Folding Brownie usava um peculiar  e tradiconal (na época) rolo "A 116". Em comum com a mesma tem a particularidade de ser, também, uma câmara denominada "Autographic".
Tal como há dias expliquei, significa isso que permitia registar apontamentos directamente na pelicula através da pequena abertura rectangular que posssui na traseira. Nas imagens abaixo (mais concretamente na nº 9) podem visualizar como era (é) essa abertura. A caneta própria para registar esses apontamentos, apesar das semelhanças que possa ter com as actuais canetas de equipamentos com "Touch screen", como PDA´s, Ipod's, etc., é uma pequena "obra de arte" totalmente metálica!

Como podem reparar, apesar de contemplar todos os requisitos básicos para a captura de luz (fotografia) tudo era extremamente básico. Por exemplo, as letras "1, 2, 3 e 4" que se vêem na parte inferior da frente da câmara não mais são do que as aberturas de diafragma! Não tendo a certeza dos valores, penso que correpondiam a f/11, f/16, f/22 e f/32, respectivamente.
Já o obturador permitia a escolher um imenso número de velocidades de obturação... 3 no total !
Na verdade, a escolha limitava-se apenas (além do modo "Bulb") a velocidades de obturação de 1/25 seg., 1/50 seg. ou 1/100 seg (esta última destinada a captar motivos em movimento...)! Portanto dá para imaginar o motivo pelo qual, praticamente, só se fotografavam objectos e cenas estáticas com estas câmaras....

Outra curiosidade: A objectiva! Foram fabricados dois tipos de modelos destas Kodak. Por serem de caracteristicas visivelmente diferentes foram designados de "SINGLE LENS" e "DOUBLE LENS". Qual a diferença? Observem a imagem nº 5 (em baixo). Não parece faltar algo? Pois é. Não existe nenhuma lente à vista! Este é um dos exemplos de câmara "SINGLE LENS". A única lente da câmara está situada na parte interior da mesma (imagem nº 10). A diferença entre os dois tipos traduz-se numa maior rapidez (maior entrada de luz) nos modelos "Single Lens".


Hã! Já quase me esquecia de falar na focagem! Como se fazia? Nada mais simples... extendia-se ou encurtava-se a distãncia do fole e bloqueva-se na posição pretendida (ver imagem acima) e... voilá! Depois era uma questão de ter um bom sentido métrico de modo a conseguir que o objecto a fotografar ficasse dentro da distância hiperfocal conseguida em relação à abertura selecionada!








 Carateristicas/Especificações da Kodak No.2A Folding Autographic Brownie: 
Anos de produção: 1915 a 1926
Distância focal: 122mm
Abertura Max: f/6.3; f/7.9 ou f/8 (dependendo da versão)
Objectivas (dependendo do ano de construção e versão): Achromatic, Rapid Rectilinear, Kodar 122mm f/7.9 ou Anastigmat f/6.3
Obturador:  Kodak Ball Beraring (ou Kodex), 1/25 seg., 1/50 sec., 1/100 seg., T & B
Distâncias de focagem: 8, 25 e 100 pés 
Rolo: 116

Plataforma para Macro-bellows: A fase actual

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Quando começamos a fotografar pequenas coisas, técnica essa vulgarmente conhecida por Macrofotografia (algumas considerações gerais podem ser vistas aqui), de um instante para o outro, somos tentados a descobrir cada vez mais os pormenores do que vamos fotografando e a tentar ampliar uma realidade, até então, completamente alheia aos nossos olhos. No fundo é essa "realidade desconhecida" que nos deslumbra e maravilha. Essa é a essência da Macrofotografia!
Começam-se geralmente por experimentar filtros "Close-up", depois vem os "Tubos de extensão" ou a técnica da "inversão de objectivas" e de seguida entramos em níveis de ampliação (que podem ir até 11 ou mais vezes o tamanho real do que fotografamos) só possíveis com "Macro-bellows" (foles de extensão).
Pois é, mas depois, para conseguir fotografar com este grau de pormenor, vem outros problemas como a estabilização do sistema, a reduzidíssima profundidade de campo, as dificuldades em conseguir uma boa iluminação, etc., etc....

Parte desses problemas superam-se com alguma paciência e "bricolage". Aliás é habitual, em Macrofotografia, que cada um vá inventando à sua maneira... desde sistemas de estabilização até suportes de iluminação, etc.
Vai-se fazendo, vai-se testando, vai-se aperfeiçoando, enfim vai-se... até os resultados começarem a ser satisfatórios. Este "processo de desenvolvimento" pode ser frustrante se desistirmos "à primeira tentativa". Muitas vezes construímos uma qualquer inovação e depois, na prática, ela de nada serve e não corresponde ao que esperávamos... mas é mesmo assim. Só resta esquecer o tempo e o $$$ que investimos e tentar outra solução!

A foto acima é demonstrativa daquilo que acabo de dizer e representa o actual estado evolutivo da Plataforma que construí para fotografar com "Macro-bellows".
Vista assim parece uma qualquer geringonça cheia de "coisas" estranhas e desnecessárias. Nada de mais errado! Acreditem que todas essas "coisas" (que legendei) tem a sua finalidade e contribuem, colectivamente, para o resultado final!

A mais recente transformação, ou melhor, aditamento, não é nada de muito inovador... apenas dois pequenos projectores de luzes LED que estou a testar (para já sem resultados minimamente satisfatórios devido aos reflexos que provocam) enquanto não construo um anel de iluminação, que penso ser a solução mais eficaz em termos de homogeneidade de iluminação... mas lá chegaremos!
Em todo o caso, para os eventuais interessados neste tipo de Macrofotografia deixo a descrição do equipamento que integra este sistema:
Por esta altura, muitos certamente já perguntarão: "É pá, mas para que raio serve isto tudo????"
Pois bem, já conseguiram ver, a "olho nu", os "pêlos" duma Libelinha?  E os de uma pequena borboleta? Ou ainda, as patas duma Cigarrinha? E que tal os inúmeros olhos duma mosca?
Não dá, não é? Pois! Por isso tem sempre de existir alguns curiosos que "inventem" maneira de os poder ver! Ora acontece que sou um desses curiosos...
Depois de tanto "paleio", para poderem ter uma ideia das potencialidades de ampliação deste sistema, aqui ficam (em baixo) alguns exemplos (meramente uns testes de "afinação" que fiz).
(Cliquem nas imagens para aumentar)



    E é isto!
    Dá para ver/fotografar em pormenor alguns dos insectos (ou outras pequenas coisas) com que convivemos no nosso dia a dia!

      Rolleiflex Automat 6x6 - K4 / 50 - f/3.5-75mm (1949-1951)


      Existem câmaras que, por muito pouco tempo que as usemos, deixam boas recordações. No meu caso, uma dessas câmaras, que dificilmente esquecerei, foi a Rolleiflex Automat K4 /50!
      Usei, esporadicamente, uma delas há "imensos" anos atrás. Estávamos, então, no início da década de 80... (Epá! Já passaram mais de 30 anos...!). 
      Um dos locais que fotografei, na altura, foi a magnifica paisagem primaveril de Castro Laboreiro, integrada no Parque Natural da Peneda-Gerês.
      Se manusear e "trabalhar" com este equipamento era uma maravilha mais surpreendido se ficava com os resultados. Absolutamente fascinantes!
      O detalhe, ...as cores, ...e o "bokeh" que a qualidade das ópticas Zeiss, associadas ao formato de película 6x6 conseguiam, eram inigualáveis!
      Estas câmaras permitiam (e permitem) ainda a utilização dos "convencionais" rolos de 35mm mediante a utilização dum adaptador para o efeito (Rolleikin 2).
      O seu aspecto era algo estranho uma vez que possuíam duas objectivas. Uma, acoplada ao obturador, destinada a captar as fotografias. Outra, sempre com a mesma distância focal da objectiva principal, destinada exclusivamente à visualização e enquadramento da cena a fotografar.
      Outra particularidade que quem usou estas K4 não esquece: O visor! As imagens, invertidas e reflectidas através do espelho colocado a 45º, que víamos no despolido situado no topo, eram uma verdadeira delicia. Claro que não havia maneira de calcular a profundidade de campo...
      Enfim, mais um "post" nostálgico...

       Características/Especificações da Rolleiflex Automat K4: 
      Anos de produção: 1949 a 1951
      Distância focal: 75mm
      Abertura Max: f/3.5
      Objectivas: Zeiss Jena Tessar 3,5/75;
      Zeiss Oberkochen Opton 3,5/75;
      ou Schneider Xenar 3,5/75
      Objectiva de visualização: Heidoscop Anastigmat 2,8/75mm
      Obturador: Compur - Rapid, 1 - 1/500 sec., T & B
      Rolo: 6x6 (120) ou 35mm usando o adaptador Rolleikin 2

      Centro Hípico de Espinho - Prova de saltos de 80cm


      Mais um fim-de-semana "nos cavalos"...
      Desta vez, num concurso de saltos realizado no Centro Hípico de Espinho.
      Costumo queixar-me das condições de luz, pois estas provas realizam-se muitas das vezes em picadeiros interiores mas, desta vez, em picadeiro exterior as condições de luz eram ideais. Apesar disso...fiz asneira! Pois é! Acontece.
      Enquanto captava algumas fotos no picadeiro de treinos, adjacente ao das provas, fui apanhado desprevenido com o começo das mesmas e já não tive tempo de dar toda a volta ao picadeiro principal e me posicionar de costas para o sol. Ou seja, fotografei toda a prova em contra-luz...!
      Não deu para fazer melhor do que o exemplo acima. Fiquei um pouco aborrecido pois foi a primeira vez que a minha "pequenita" participou em provas de 80cm. No final, esqueci o sucedido e fiquei contente com o mais importante: A classificação da pequena. Um 5º lugar! Nada mau!