Dicas de Photoshop - Como fazer uma assinatura/carimbo de copyright?

Recentemente decidi variar um pouco a maneira como autentico as minhas fotografias. Por tradição estou acostumado a “assinar” as fotografias que divulgo via Internet com o meu nome precedido pelo símbolo de copyright “©”.
Hoje em dia, as “assinaturas”, símbolos de copyright ou outros avisos apostos nas fotografias que publicamos na Internet de pouco valem contra a insensatez de alguns. Na realidade, é bastante fácil através de edição em Photoshop, ou noutro qualquer programa, retirar a maior parte dessas “manifestações de pertença”.
Sendo assim, porque continuar a faze-lo?
Bom, a razão de tal facto não se prende com a “inviolabilidade” de tal método mas sim com aquilo que considero uma espécie de aviso ou apelo aos mais comedidos que, fazendo uso de uma ou outra fotografia, por vezes sem prévio consentimento do autor, apesar de não se referirem aos créditos da mesma também não se dão ao trabalho (ou não o sabem fazer) de retirar tais “autenticações”.
Como parêntesis, diga-se que já tive conhecimento de casos em que fotografias assinadas foram “roubadas”, posteriormente manipuladas, designadamente através dum simples “crop” da área onde se encontravam assinadas e publicadas novamente na Internet, desta vez, com os créditos do “ladrão”…. Um desses casos em concreto reporta-se a várias fotografias de aves captadas por um fotógrafo Filipino que apareceram no site de um outro “alegado” fotógrafo que dizia ter sido ele o autor. Apesar de alertado no “livro de visitas” do seu site pelo dono das mesmas, o segundo continuou, durante uns tempos a fazer o mesmo… Mais, dizia ter captado as fotografias em causa, referentes a certas espécies de aves, em sítios onde elas nem sequer existiam… enfim, contra este tipo de “fotógrafos?!!!” nem vale a pena o trabalho de as autenticar. Por outro lado, e já que estamos a entrar um pouco no domínio dos chamados direitos de autor, também recentemente soube de uma notícia não muito feliz para o autor de um blog fotográfico (Português) que, tendo publicado certa fotografia, se viu ameaçado e na eminência de ser processado por um fotógrafo Inglês que, apesar de lhe serem reconhecidos todos os créditos da mesma e de inclusivamente se lhe tecerem elogios, ter achado abusivo o facto de ser publicada sem a sua prévia anuência.
Pessoalmente não sou tão radical mas, como se costuma dizer, cada um tem as suas opiniões. Posso referir, todavia, um caso em que apesar de me ter sido solicitada autorização para publicação de algumas fotografias num determinando Site, a recusei. A razão de tal recusa ficou a dever-se, neste caso, não ao devido reconhecimento dos “créditos” das imagens mas sim ao âmbito ou o contexto no qual se destinavam a ser usadas. Desta forma protegemos os nossos princípios e ideias…. É essa a razão porque, recentemente, menciono na barra lateral em “Copyright” a questão do prévio consentimento.
De qualquer maneira, bom ou mau, entendo que aquilo que fazemos pode e deve conter a identificação do seu autor. É assim na pintura, na escultura, no cinema… por isso não se trata dum preciosismo, dum acto egocêntrico, mas sim do justo reconhecimento pelo trabalho.

Assim, porque imagino que ainda há muito boa gente que partilha comigo esta opinião mas desconhece como é que o pode fazer de maneira super-simples, lembrei-me hoje de, em vez de falar sobre fotografia, deixar aqui algumas dicas de Photoshop.
Em dois ou três simples passos, de seguida exemplifico como fazer uma assinatura/”carimbo” personalizada.
Na realidade fazer um destes “carimbos” demora menos de um minuto e a sua posterior utilização reduz imenso o tempo e o trabalho na altura de assinar as fotografias. Mas como sou apologista que uma imagem vale por mil palavras então cá ficam umas “imagens com dicas” que demonstram, passo a passo, as várias fases necessárias.

1. Começamos por criar no Photoshop um novo documento:

(O tamanho não necessita de ser maior que 600x400 pixels)

2. De seguida escrevemos o texto pretendido (ou um grafismo/imagem) e circunscrevemos, com a ferramenta de marcação “MARQUEE TOOL” o texto.

ou por exemplo…


(O texto deve ser escrito a cor preta e em tamanho grande pois após ser guardado como carimbo, a cor com que escrevemos diminui de intensidade. Todavia, é possível escolher/seleccionar mais tarde qualquer cor que pretendamos aquando da colocação da assinatura bem assim como controlar o seu tamanho como explicado mais abaixo)

3. O passo seguinte é o de, na barra de edição “EDIT”, definir o texto já criado como pincel “DEFINE BRUSH PRESET”.


4. Escolher o nome que vamos chamar a este “carimbo”

(Por defeito é definido como “Sampled Brush” mas podemos, antes de clicar em “Ok”, atribuir-lhe outro nome)

5. E aí está a nossa assinatura/copyright em forma de “carimbo” pronta!


Agora, cada vez que queiramos assinar uma fotografia somente temos de seleccionar a ferramenta (pincel) “BRUSH” e escolher o “carimbo” e tamanho pretendido. Simples, não?!!!

FILTROS PROTECTORES – UV, SKYLIGHT, HAZE, NC – Usar ou não usar? Eis a questão!



Nikon NC / B+W UV-Haze 1x / B+W KR-1,5 Skylight 1,1x


A questão do uso de filtros com a simples finalidade de protecção das ópticas das objectivas é certamente uma das questões mais polémicas e que constitui um dilema para muitos fotógrafos.
A dúvida existencial subjacente a esse dilema é o facto de saber até que ponto estes filtros degradam a qualidade da imagem. Provavelmente, depois de ler este artigo, vai chegar à conclusão que tudo depende e é puramente uma questão de escolha pessoal!
Todos sabemos que existem filtros de vários tamanhos e preços podendo os mais baratos custar pouco mais de meia dúzia de euros e os mais caros quase uma centena de euros.
Pois bem, esses preços variam por algum motivo mais além, claro, da questão de se pagar o nome da marca sob que são comercializados. Nem todos são construídos da mesma maneira nem com os mesmos revestimentos e materiais.
Portanto, se quisermos colocar um filtro protector nas nossas objectivas é por aqui que devemos começar a escolher. Não quer isto dizer que “caro” seja sinónimo de bom, mas devemos ter sempre presente que um bom filtro seguramente será caro! Por outro lado não devemos esquecer que por melhor que seja o filtro estamos a acrescentar mais um elemento à frente da nossa objectiva, bem assim como um espaço com ar pelo que a qualidade da imagem nunca poderá ser igual!
Mas, mesmo assim, usando um bom filtro, provavelmente pela simples observação do resultado final a “olho nu” nem sequer dará para nos apercebermos das diferenças.
Pessoalmente gosto e uso os da B+W e da Nikon, mas há outras opções de idêntica qualidade.
Claro que temos que adequar o filtro que compramos à objectiva onde o vamos usar. Isto é, se possuímos uma objectiva de bom recorte e nitidez (também caras pelo motivo de usarem boas ópticas) e se queremos usar um filtro protector devemos escolher um que não degrade essa qualidade de imagem. Por outro lado, se temos uma objectiva de menor recorte e nitidez, não é por lhe colocarmos um excelente filtro que essas características se alteram e, por isso, talvez se possa investir num mais económico.
Mas se é certo que estes filtros não melhoram a qualidade da imagem e se, na melhor das hipóteses, somente não a pioram, então porquê usá-los?
Basicamente por uma questão de protecção do elemento óptico frontal das objectivas. Vamos aqui esquecer o outro dilema existente à volta do uso dos filtros e que se refere à protecção das ópticas em caso de queda. Essa, sinceramente, acho que é uma discussão inútil, pois as quedas nunca são iguais e se numas o filtro pode ajudar a proteger noutras, em caso de se partir, pode acontecer o contrário e ser o próprio filtro a riscar a objectiva… de qualquer maneira, como isso já não decorre duma utilização normal e se calhar numa queda um risco na lente pode ser o mal menor, vamos esquecer esta questão.
O facto de serem UV ou Skylight – específicos para reduzir os raios ultra violetas (a diferentes altitudes) - ou NC (neutral color) pouca relevância tem se estivermos a usar câmaras digitais uma vez que os sensores já possuem protecção contra os raios de UV sendo, por isso, bastante insensíveis aos mesmos (evitando o tom demasiado azulado nas fotografias). Basicamente este tipo de filtros, quando usados em câmaras digitais só serve de protecção para as lentes. Qualquer um deles pode ser usado com esta finalidade por dois motivos: Primeiro porque não “cortam” a passagem nem diminuem a quantidade de luz que atinge o sensor, ou seja, não existe qualquer perda de f/stops. Em segundo porque não alteram as cores. Caso contrário ao que acontece, por exemplo, com o uso de filtros polarizadores.
Em relação aos filtros apresentados na imagem do topo deste artigo existem algumas diferenças entre eles. Apesar de todos poderem ser usados como filtros protectores nem todos são neutros. O mais neutro é o Nikon NC (à esquerda na imagem) segue-se o B+W UV-Haze (ao centro) e por ultimo o B+W Skylight 1,1x (à direita) que já introduz um pouco de tons amarelados à imagem apesar de não reduzir a quantidade de luz que por ele passa (aliás esse facto, se observada com atenção a fotografia, é visível!). Na realidade, destes três tipos de filtros só o Nikon NC (Neutral Color) é que deveria chamar-se verdadeiramente filtro protector pois nada mais faz além de proteger as ópticas das objectivas!
Pessoalmente nem sempre uso filtros de protecção, mas há situações em que não os dispenso. Tudo depende do que vamos fotografar e acima de tudo onde! Por exemplo, se for fotografar um rali de automóveis ou uma prova de saltos de equitação, sítios onde existe imensa poeira espalhada pelo ar, não os dispenso. Basicamente pela posterior facilidade de limpeza!Rapidamente se chega também à conclusão que é mais fácil limpar as poeiras num filtro que no elemento óptico frontal da objectiva. Mais, se ao limpar as poeiras riscarmos um filtro, facilmente o pudemos substituir enquanto que se for a óptica provavelmente vamos ficar com ela assim mesmo pois é muito mais onerosa a sua substituição.

Regressando aos filtros…
  • Vantagens: Protecção do elemento óptico frontal das objectivas, maior facilidade de limpeza
  • Desvantagens: maior probabilidade de reflexos e fantasmas; diminuição do recorte e contraste
Situações em que não podem de todo ser usados: Fotografia nocturna, à lua, nascer ou pôr-do-sol.No caso de se usarem filtros polarizadores devemos retirar o que serve de protecção, seja UV, Skylight, NC, e substitui-lo somente pelo polarizador. Deste modo não estamos a acrescentar mais uma camada de espaço com ar e outro elemento de vidro à frente da objectiva com o correspondente e inevitável aumento de perda do nível de nitidez.

Nova Nikon D300s

A Nikon anunciou no pretérito dia 30/7/2009 o lançamento de duas novas câmaras digitais. A pequena D3000 e a sucessora da D300 que vê, agora, acrescentada à designação a letra "S".
A comercialização em Portugal, de ambos os modelos, não deverá ocorrer antes de Setembro/Outubro do corrente ano. Quanto a preços, para já, na Nikon USA é anunciada a $1,799.95 (só corpo).
As inovações são uma mistura daquilo que já algum tempo se encontra disponível noutras câmaras e que parece ser uma nova tendência…ou será só moda? Falo obviamente da capacidade de gravar vídeo da qual foi pioneira a D90. Do ponto de vista tecnológico, apesar de não haver grandes novidades, foram melhorados alguns aspectos. A possibilidade de gravação simultânea em dois formatos de cartões de memória, a saber Compact Flash (CF) e Secure Digital (SD) entre outras, são algumas das diferenças para o anterior modelo.

Cá fica o vídeo promocional oficial desta câmara que mostra as inovações mais relevantes face à D300:




Além das inovações acima referidas o que mais mudou, e o que ficou igual, entre a Nikon D300 vs D300s?

(tabela efectuada segundo os dados oficiais disponibilizados pela Nikon)

Curioso o facto da Nikon continuar a "apostar" no formato DX! A prova disso está não só nesta câmara como também na nova objectiva Nikkor 18-200mm DX VR II anunciada na mesma data.
Quanto às diferenças existentes entre as D300, excluindo aquelas que referi no início, ou seja, a possibilidade de gravação de vídeo e o facto da versão nova “aceitar” cartões de memória SD, penso não haver outras dignas de relevo. De facto, é até um pouco estranho que a Nikon mantenha o mesmo sensor DX de 12.3Mp e não tenha aumentado a fasquia para os já “vulgares” 15Mp oferecidos pela concorrência mais directa há já algum tempo como é o caso da Canon EOS 50D.
O facto de passar a utilizar, simultaneamente, os formatos SD e CF não deixa de ser curioso e pode bem significar que a Nikon começa finalmente a “confiar” neste formato de cartões mais pequeno, mais vulgar e bem mais barato!

 Artigo relacionado:  Nikon D300 - 12Mp DSLR -Teste

Morcegos-de-ferradura (Estórias...!)


Morcego-de-ferradura – Minas do Pejão - Novembro/2008
Nikon D200 + Nikkor 80-400mm f/4.5-5.6 VR ED-IF AF-D
(@ 400mm; ISO 400; f/5.6; 1/60 Seg.)




Morcego-de-ferradura – Minas do Pejão - Novembro/2008
Nikon D200 + Nikkor 80-400mm f/4.5-5.6 VR ED-IF AF-D
(@ 230mm; ISO 400; f/5.3; 1/60 Seg.)



Por vezes, o engraçado na nossa “busca” por uma fotografia são os momentos que passamos para a captar, aquilo que aprendemos acerca do que fotografamos e as estórias que ficam para contar!
Pois bem, hoje, ao ver umas fotografias antigas, lembrei-me, precisamente, duma dessas situações.
Como documentam as fotografias, o motivo e o local onde ocorreu não é dos mais “habituais”. Trata-se de algo que muitos de nós, de modo mais ou menos manifesto, já tivemos oportunidade de observar mas que, provavelmente, poucos tiveram curiosidade e oportunidade de fotografar.
Embora para alguns estes pequenos animais sejam um pouco repugnantes a verdade que vistos a escassos centímetros não são assim tão horrendos…!
O contacto “in loco” com estes animais, curiosamente, causou-me menos impressão do que da maneira que estou habituado a vê-los – em imagens! Se repararem até têm pelo! A maneira como se seguram, pelas unhas e de cabeça para baixo, durante o dia enquanto dormem, é realmente fantástica!
Os Morcegos-de-ferradura-pequenos (Rhinolophus hipposideros) são uma das 27 espécies de morcegos existentes em Portugal. Segundo o ICNBC, no nosso país, esta espécie tem o estatuto de vulnerável. Também a nível mundial, de acordo com algumas opiniões, parece que a espécie tem sofrido um decréscimo nos últimos 50 anos.
Estes mamíferos, como é sabido, alimentam-se de insectos durante a noite, altura em que estão activos, e o seu habitat são as grutas e minas onde dormem durante o dia. Foi precisamente neste meio e nesta altura que, com alguns cuidados, os fotografei. Basicamente tive esses “cuidados” ao entrar para os sítios onde, eventualmente, os mesmos pudessem estar. A luz da lanterna era primeiro virada para o chão (onde se procurava excrementos destes animais) e só depois, lentamente e em silêncio, iluminava o tecto das minas (no sítio onde havia localizado excrementos) para os clarear. Esta preocupação era fundamentada no “medo” de existirem lá dezenas de morcegos que, se assustados, pudessem voar em debandada contra mim.
Depois de vencido esse primeiro desafio, mesmo com uma iluminação e um contacto muito próximo, estes mamíferos revelaram-se calmos e lá continuavam com o seu sono.
As fotografias que “consegui” destes animais foram um acaso. A seguir passo a contar, parte da estória, tal como a contei há uns meses atrás, a alguns amigos num e-mail:

“Este sábado tive a oportunidade de poder entrar nas antigas Minas do Pejão.
Encerradas desde 1994, estas minas tiveram em tempos por finalidade a extracção de carvão.
Hoje em dia estão fechadas não podendo ser vistas nem tendo aceso público mas... com alguns contactos certos, consegue-se que o guarda faça uma meia dúzia de Kms e passe por lá cedo e deixe o portão aberto... depois é só entrar, encostar o portão e desfrutar no máximo do sossego de tudo o que ainda há para ver!
Fui aos pássaros, levei material fotográfico específico para esse fim, mas aproveitei para alargar horizontes...com o que tinha à mão! Não imaginam o que é tirar fotos a morcegos, no interior das minas, sem qualquer luz, só com a ajuda duma pequena lanterna e com uma lente 400mm... teve piada até porque, no sítio em que estavam, era possível tocar nos morcegos, mas com a objectiva que levei tinha que me afastar aí uns 3 ou 4 metros (que é a distância mínima de focagem da objectiva), por vezes tentar empurrar as paredes das minas para ter espaço, enfim...
As fotos são de Morcegos-de-ferradura e foram captadas no interior das minas. A partir de certos sítios como não se conhece e se começam a ver as madeiras de suporte partidas o melhor foi mesmo não avançar mais. Mas ainda deu para ver a pequena capela que existe no interior...Da próxima já vou preparado!”

Fotografia aérea (algumas considerações)


Nikon D200 + Nikkor 24-70mmf/2.8 G ED-IF AF-S
(@ 70mm; ISO 100; f/3.5; 1/250seg.)
Coimbra – Julho 2009
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A fotografia aérea é, sem dúvida, um dos tipos de fotografia que me apraz fazer.
Na realidade, o que me atrai mais neste tipo de fotografia são as formas geométricas, as cores, os contrastes e a visão global duma determinada área vista de uma certa altitude. A terra observada a algumas centenas de metros de altitude passa a ser uma globalidade de elementos. É precisamente essa globalidade, que me encanta, que tento fotografar. Nem todos os locais têm esta harmonia de formas, linhas, cores… mas sabendo escolher, há locais deveras belos! Uns desses locais na minha opinião, e um bom exemplo do que acabo de dizer, são as salinas de Aveiro e zonas envolventes (ver link a algumas fotografias mais antigas no final).
Geralmente tentamos fotografar o individual, o particular, destacar um ou outro elemento… do ar tentamos o contrário, ou seja, captar o conjunto e realçar com harmonia vários elementos.
A fotografia do topo foi captada a bordo dum Cessna 152 II, num fim da tarde, do pretérito mês de Julho quando regressava do Coimbra Airshow 2009.
Não existe nela nenhum elemento que se evidencie ou sobressaia, não existem planos diferentes…. É apenas uma fotografia, com foco ao infinito, de uma área de várias centenas de metros quadrados observada do ar na sua globalidade. As linhas formadas pelos carreiros que dividem os campos de cultivo, as diferentes orientações das plantações… tudo isto, no seu conjunto, “fazem” esta fotografia. Esta sim, é a essência deste tipo de fotografia.

Com algum material e um pouco de sensibilidade qualquer um consegue fotografias aéreas atractivas.
A nível de equipamento pouco é preciso. Uma SLRD, uma objectiva fixa ou zoom normal e um filtro polarizador (dependendo, essencialmente, das condições do tempo, orientação, local a fotografar e hora do dia) são tudo o que precisamos.
Claro que o resto é que é difícil! Ou seja, um avião que sirva para o efeito e o respectivo piloto. No ar, são estes dois elementos que podem fazer a diferença entre conseguir captar, ou não, boas fotografias.
Torna-se necessário haver coordenação entre fotógrafo e piloto. Temos de saber explicar o que pretendemos fotografar e como, (de que ângulo, de que altitude...) e por sua vez aquele tem de saber interpretar as nossas ideias e conseguir colocar-nos no local certo. Por vezes este diálogo é feito somente por gestos.
Já quanto aos aviões existem uns mais adequados que outros (não falando dos especificamente preparados para esse fim – com aberturas na sua estrutura na parte de baixo do avião de forma a permitir fotografar verticalmente – claro que este, em bom rigor, e para uma fotografia aérea “mais a sério” será um método com algumas vantagens pois não existem distorções de linhas paralelas a convergir para o infinito, não existem obstáculos como os pilares das rodas e asas, etc.).
Mesmo para fazer fotografia aérea de maneira mais básica, se pretendemos obter um mínimo de qualidade obviamente que devemos, se possível, “escolher” o avião. Aqueles que estão desprovidos de janelas que se abram são de evitar. Fotografar através de vidros/acrílicos é pura perda de tempo! As fotografias não vão ter recorte, contraste…. Por isso gosto tanto do Cessna 152! Lembram-se dos velhinhos Citroen 2 cv? Lembram-se de como abriam as suas janelas da frente? Pois é, o Cessna 152 também tem essa singularidade! Abre as janelas, quer do piloto quer do acompanhante, para fora e para cima. Além do mais, em voo, ficam “coladas” à parte inferior da asa (que fica num nível superior à nossa cabeça) e com a deslocação do vento nunca mais se fecham.
Isto sim! É pegar na câmara, coloca-la de fora do avião esticando-nos um pouco, pedir ao piloto para sobrevoar à mais baixa velocidade possível o local que pretendemos e “carregar” no botão. Quer dizer, é mais ou menos isto…. Depois, temos de usar velocidades de obturação relativamente rápidas pois não podemos esquecer que estamos a captar fotografias deslocando-nos, no caso deste Cessna, entre cerca de 120/160 Km/h!
A propósito, dada a “força” do ar que ocorre quando se coloca a câmara além da janela do avião, é conveniente ter a mesma bem segura e evitar a sua colocação perto do aro da janela do avião pois qualquer mudança de altitude ou direcção podem fazer com que colida contra esta. A pressão do ar é muita… imaginem colocar uma câmara de fora dum carro a circular numa auto-estrada e tentar fotografar! Claro que quanto maior for a objectiva que usarmos maior vai ser a resistência ao ar e as diferenças são bem notórias! Mais uma das aplicações em que a pequena Nikkor 50mm f/1.4 AI é uma boa companheira!

Ps: aproveito para deixar um abraço e dedicar esta mensagem ao amigo Pedro, piloto com quem partilho estas aventuras aéreas e na companhia de quem foram captadas as imagens. Até à próxima…!