Nikon Nikkor 80-400mm f/4.5-5.6 VR ED AF-D


































Mais uma objectiva, desta vez, para variar… da marca Nikon. A Nikkor 80-400mm f/4.5-5.6 VR ED AF-D. O nome é tão comprido como a própria objectiva… 171mm de comprimento (179 quando o foco está na distância mínima de focagem - 2.3m). Mantendo esses 2,3m seleccionados e mudando a distância focal dos 80 para os 400mm e com o parasol HB-24 montado o comprimento total é de aproximadamente 325mm.
À presente data existem três objectivas fabricadas pela marca Nikon com distâncias focais até aos 400mm. A Nikkor 400mm f/2.8 G ED VR; a 200-400mm f/4 G IF-ED e a 80-400mm a que hoje me refiro.
Claro que nem sequer são comparáveis umas com as outras, ou pelo menos a Nikkor 80-400mm com as outras duas. Mas de semelhante, tem a distância focal máxima e algumas vantagens….Das três, a Nikkor 80-400mm é a irmã “mais pobre” porquanto é a menos rápida, quer em termos de abertura, quer mesmo em termos de focagem. É uma objectiva AF-D enquanto que as outras duas beneficiam do rápido sistema AF-S.
Mas não são só desvantagens e claro que esta é a objectiva que a maior parte do cidadão comum pode comprar e situa-se numa gama já superior às mais vulgares Nikkor 70-300mm. Em termos de versatilidade e para um uso o mais diverso possível, quanto a mim é das três (400mm) a melhor. Primeiro pelo seu pequeno peso e tamanho em relação às outras duas. O facto de pesar “somente” 1.360g (com colar de tripé) aliado ao sistema de redução de vibração (VR) faz com que seja a ideal para captar fotografias com bastante recorte sem o recurso obrigatório ao Tripé.
Já não se deve poder dizer o mesmo da 200-400mm f/4 e da 400mm f/2.8 que pesam 3.275g e 4.620g respectivamente!
Associando o peso desta objectiva a um corpo duma máquina atingem-se cerca 2,5Kg que é o peso somente, por exemplo, da Nikkor 300 f/2.8 AI-S. Ou seja ficamos com um conjunto que, para a distância focal conseguida, continua a ser “portável” e “suportável”. Pelo menos durante algum tempo!
Outro aspecto, positivo, é o eficaz sistema VR. De facto já tirei fotografias a 400mm com velocidades de 1/30 seg. e, mesmo assim, ainda as achei aceitáveis. Claro que tudo isso depende da técnica de cada um e às vezes de pequenos truques como encostarmos o ombro a uma parede ou baixarmo-nos (se tal for possível, claro) e apoiar o cotovelo no joelho na altura de carregar no obturador…
O mencionado sistema de estabilização de imagem que a Nikon denomina de VR (Vibration Reduction) é constituído por um conjunto de lentes “suspensas” controladas por um microprocessador que as faz movimentar contrariando o sentido do “tremer” causado por pequenos movimentos involuntários logo que detectados por 2 pequenos sensores – um vertical e outro horizontal (este sistema é suficientemente “esperto” para detectar quando queremos fazer Panning e não faz, por isso, qualquer correcção horizontal quando detecta que o deslocamento da objectiva é feito com esse intuito!
Isto faz com que, segundo a própria publicidade da marca, se possam usar velocidades até três f/stop abaixo do que seria aconselhável. Partindo dum princípio conhecido, e como rega geral, a velocidade a usar para conseguir fotografias definidas e sem ficarem “tremidas” deve ser igual à distância focal que estamos a usar. Assim e segundo esse principio, bem válido, a 400mm a velocidade de obturação a usar deveria ser sempre no mínimo de 1/400 seg. Com a Nikkor 80-400mm, e fazendo uso do sistema VR, conseguem-se facilmente fotografias com aceitável recorte, sem recurso a tripé, a velocidades de 1/125 seg.
Para usar a tal função existe um botão, de 3 posições no corpo da objectiva. Uma que permite desactivar o uso deste sistema (Off), uma segunda que só activa esse sistema quando premimos o botão obturador na totalidade (ao captar a fotografia) e uma terceira que permite visualizar o “trabalho” do sistema VR ao pressionar o botão obturador a meio. Nunca uso esta opção pois nunca vi nela qualquer vantagem. Além de se ouvir o constante ruído provocado pela correcção das lentes o seu uso reflecte-se também num maior consumo de bateria da câmara pois é daí que advém a energia para que funcione!
De certa maneira penso que esta objectiva se destina mais ou uso “à mão ou punho”, como lhe queiram chamar, aproveitando esse sistema de estabilização de imagem do que ao uso com recurso ao tripé. Para corroborar esta afirmação que faço contribui em muito - vamos dizer assim - o mau colar de tripé com que esta objectiva é vendida. De facto, segundo a Nikon, é incompatível o uso do sistema VR estando a objectiva montada num de tripé. Isto até pode ser verdade noutras objectivas da marca com este sistema todavia, no caso da 80-400mm, e digo-o por algumas experiências que fiz, o seu uso, na 2º posição do botão selector, com a objectiva montada num tripé estável, a maior parte das vezes, não resultou em qualquer efeito indesejável. Isto, provavelmente deve-se ao mau colar de tripé que não permite uma correcta estabilização da objectiva. Por isso, quem quiser retirar o colar de tripé, que não é fixo, fica com uma objectiva a pesar “somente” 1.200g, ou seja, menos 160g que o seu peso inicial!
Abertura: LENTA! Fotografar em situação de pouca luz com esta objectiva torna-se um pouco difícil e obriga a trabalhar com valores de ISO mais elevados para se conseguir alguma velocidade.
Para fotografar em pavilhões, principalmente em situações de desporto, sem dúvida que a 400mm f/2.8 AF-S seria melhor, caso não fosse o seu preço. Mas caso nos possamos contentar com a metade da distância focal a Nikkor 80-200mm f/2.8 ED AF, principalmente na sua 2º versão, AF-D, ou melhor ainda a 3º versão AF-S serão preferíveis a esta bem como, claro, a 70-200mm VR AF-S. Todas f/2.8 e por isso com a grande vantagem de serem “rápidas”.
Mas também, diga-se, se tivesse uma abertura e um sistema AF-S rápido como o da Nikkor 28-70mm f/2.8 ED-IF AF-S certamente que não era vendida pelo preço que é!
Para objectos em movimento principalmente em situações de pouca luz, focar com esta objectiva pode ser um tanto ou quanto frustrante. O problema maior é que quando perde o foco, até conseguir fazer o percurso todo até ao infinito e regressar… Claro que, por vezes, podemos minimizar esse problema usando o botão selector de limitação de foco que tem duas posições: uma até aos 5 metros e uma segunda daí até ao infinito.
Em situações de exterior e com luz natural as coisas mudam um pouco e já é possível fotografar assuntos em movimento com alguma facilidade.
Esta é a objectiva que uso variadas vezes na fotografia de aves.
Ao lado fica uma fotografia de uma ave em voo, para exemplo da QI, designadamente em termos de recorte. Foi captada “à mão” com uma Nikon D200 + Nikkor 80-400mm VR ED AF-D (@ 400mm, ISO 200, f/5.6, 1/2000 Seg.).
Um outro aspecto que seria uma mais valia para esta objectiva, e que bem jeito dava, era esta possuir um sistema de passagem de foco automático a manual (MA/M) directamente através dum simples toque no anel de foco (esse sistema estaria aliado ao AF-S, se esta objectiva o tivessse). Ao invés disso temos que seleccionar num anel específico a esse fim, ou foco automático ou foco manual. Este anel tem ainda duas posições em cada uma das mencionadas modalidades de foco. Uma primeira que permite a passagem de um ao outro sistema rodando simplesmente esse anel. Uma segunda, nas extremidades, em que é possível o bloqueio desse anel, para que acidentalmente não se rode o mesmo e que implica ter de carregar num pequeno botão rodando simultaneamente o anel para mudar de posição. Mais uma das coisas em que não vejo grande utilidade. Uma só posição parece-me suficiente… tanto mais que após um clique e o anel fica preso. Quanto à focagem, em modo manual, é agradável e precisa, pese embora o facto menos bom da posição do anel destinado ao efeito que está um pouco na extremidade da objectiva - por comparação, por exemplo, com qualquer uma das Nikkor 80-200mm ou até da recente 70-200mm VR (essa localização é boa para uma utilização à "mão", porque ajuda a equilibrar o conjunto câmara/objectiva, mas menos boa para o seu uso com tripé - principalmente aliado ao facto do já mencionado mau colar deixar "passar" muitas vibrações e quanto mais na extremidade e afastado do centro do aperto do colar da objectiva tocarmos obviamente que mais trepidação criamos...). Mas como o anel é largo e roda com facilidade isto vai sendo uma questão de hábito. Este é mais um dos aspectos que reforça a ideia que a Nikkor 80-400mm foi "pensada" para uma utilização " à mão".
Mas voltando aos aspectos positivos… cor e recorte… muito bons! A nível óptico esta objectiva vale mais do que aparenta! Para isso contribui o seu “recheio”. Das 17 lentes que a compõem 3 são ED. E sobre isto não vale a pena falar mais! É experimentar e ver!
Quanto ao desfoque, já esse não será tão bom como o da Nikkor 300mm f/2.8 ED-IF AI-S mas mesmo assim não é mau.
Utilização com teleconversores: Esqueçam! O único teleconversor que não faz perder a possibilidade desta objectiva continuar a focar em modo automático (AF) e mantendo o sistema VR é o Kenko 300 PRO DG, existente em duas versões: 1.4x ou 2x. Agora se o foco já é lento sem ele… além disso penso que o “esforço” suplementar não será muito benéfico ao motor da câmara a que acoplarmos esta objectiva.
Quanto ao uso com teleconversores manuais (MF) isso é possível, implicando certas limitações.
Desde logo, e porque a informação dada pelo CPU da objectiva, não chega à câmara (os teleconversores manuais – AI-S – não têm contactos eléctricos para transmitir tal informação) claro que se perde o auto-focus, mas mesmo assim, nos corpos de câmaras mais recentes continua a ser possível a medição matricial (2D matrix) indicando ao corpo da câmara a “nova” distância focal que estamos a usar. Contudo o seu uso não é prático pois para distâncias maiores e como também ficamos sem VR necessitamos de usar um tripé e como o colar que a mesma tem é… mau, está tudo dito.
A qualidade óptica em termos de contraste e recorte continua a ser boa, pelo menos com um TC 200, com que já experimentei. O TC 200 pode ser usado com esta objectiva mesmo na sua distância focal mais pequena, ou seja a 80mm, sem que exista o perigo das lentes da mesma se tocarem com as do Teleconversor. Já o TC 300, próprio para objectivas de distância focal igual ou superior a 300mm, não pode contudo ser usado com a Nikkor 80-400mm dada a sua proeminência nas lentes do lado do encaixe com a objectiva! Se, ao colocarmos o TC, a distância focal selccionada forem os 80mm facilmente verificamos esse facto, tanto mais que é perfeitamente visivel que não há espaço para ele caber. Mas se porventura quando o fizermos a objectiva estiver nos 400mm, quando a passarmos para os 80mm, ou até antes de chegar aí, somos capazes de ouvir um som estranho...!
Mesmo com o TC 200 tive dúvidas e antes de fazer asneira, uma vez que a 80-400mm, na sua distância focal mínima, fica com as lentes traseiras muito próximas do encaixe de baioneta, encaixei o TC 200 na mesma com a distância de 400mm marcada. Entre as lentes desta e as do TC introduzi pequenos papeis um pouco maiores que o tamanho das lentes mas deixando espaço à volta para que pudessem mover-se. Aos poucos, com a objectiva na vertical e com a abertura no seu máximo, fui reduzindo a distância focal da objectiva até chegar aos 80mm e verificando que os papeis entre as lentes se moviam. Por isso Ok, não se tocam!
De qualquer, definitivamente esta não é uma objectiva para usar com teleconversores. Com o mencionado TC 200 (2x) ficamos com uma objectiva de 800mm de distância focal mas… f/11. Se já os f/5.6 são lentos…
Quanto á qualidade de construção, é bastante boa, e é mais uma objectiva a ter o anel dourado á volta do corpo, sinónimo de lentes ED (extra-low dispersion) e de gama “pro”.
Portanto, para quem precisar de uma objectiva, com uma já generosa distância focal, de preço “acessível” (para esta gama de distâncias focais, entenda-se), com a versatilidade de poder ser usada “à mão” dos 80 aos 400mm, com um muito bom recorte e cor esta será certamente uma opção a ter em conta. Todos os pormenores menos bons na mesma podem ser considerados preciosismos! Mas mesmo assim achei que devia falar deles. Todavia, não tiram o valor a esta "grande" objectiva!
Não sei se me esqueci de referir alguma coisa, mas caso hajam dúvidas… é só dizer!

Qualidade Óptica
★★★★★
Qualidade de Construção
★★★★★
Versatilidade
★★★★
Manuseamento
★★★★★
Valor
★★★★

Filtros Polarizadores

Nikon D200 + Nikkor 28-70mm f/2.8 ED-IF AF-S + C-PL. BW
(@ 52mm; f/6.3; 1/350 seg., ISO 200; -1 Ev)


Vacariça, Refóios do Lima
(N 41.819079º - W 8.563284º)

A uma altitude de cerca de 500/600m o Lugar da Vacariça (Ponte de Lima) mantém uma ruralidade nostálgica.
Há realmente sítios que nunca conheceríamos caso não fossemos, por vezes, à deriva ou sem destino predefinido.
Pois bem, o Lugar de Refóios (Ponte de Lima) provavelmente será um deles.
As vistas, lá do cimo (Vacariça), são deveras interessantes.
A subida é bastante acentuada (por vezes tive que usar a 2º e 1ª velocidade do Jeep) mas vale a pena!Para esta fotografia não usei tripé, e como a intensidade luminosa sobre os rochedos era grande usei uma abertura de f/6.3 compensando a exposição em -1 Ev de maneira a conseguir uma maior saturação de cores.

Bom, mas aproveitando a altura… vamos ao que interessa. Falando de filtros polarizadores…
Claro que para conseguir a saturação e intensidade de cores da fotografia contribuiu, também, o Filtro Polarizador Circular da BW (C-PL. MRC).
Os filtros polarizadores são, essencialmente, conhecidos por intensificar o azul do céu mas fazem bem mais que somente isso.
Também servem para remover reflexos sobre superfícies não metálicas, como por exemplo vidros ou água, remover névoa/bruma e intensificar de maneira geral a saturação de cor.
Claro que o seu uso não se traduz só em vantagens. O primeiro aspecto negativo é a perda de luminosidade que é tanto maior quanto mais intensidade de efeito pretendermos (cerca de 1,5 a 2 f/stop). Outro aspecto importante a ter em conta, principalmente para os mais “fanáticos” pela qualidade de recorte ou definição da imagem, é que, de facto, este tipo de filtros degrada a qualidade final da imagem. Obviamente que são filtros para usar sobretudo em fotografia de paisagem e a criar efeitos mais intensos designadamente em termos de contraste.
Possuo quatro destes filtros: um BW (MRC Circular) de 77mm; um Nikon (Linear) de 52mm; um Hoya de 62mm (Circular) e outro Hoya de 58mm (Linear).
TODOS eles degradam a qualidade da imagem em termos de recorte! Claro que não é notório nos exemplos desta mensagem mas quando me esqueço que tenho um deles colocado e fotografo, por exemplo, uma pessoa rapidamente ao visualizar a fotografia, mesmo no visor da câmara, o descubro.
Quanto a opiniões acerca de marcas, sem dúvida que, quer os BW, quer os Nikon, levam vantagem sobre os Hoya. Resta dizer que é com os Hoya que se conseguem efeitos mais intensos (até em exagero) mas é também com estes que a qualidade final é pior. Não testei ainda nenhum Hoya Pro MC. Por isso a opinião é acerca do que possuo, ou seja, dos “normais” que em termos de preço são bastante mais acessíveis que os Nikon ou os BW de gama superior.

 Mova o cursor sobre a imagem para alternar entre o máximo e mínimo efeito. (caso não consiga visualizar clique aqui)  

Imagem acima:
Foz do Rio Arda.
Mais um exemplo da possível utilização dos filtros polarizadores - Avivar a coloração retirando reflexos em vegetação.

Quanto aos tipos de filtros… diferenças entre C-PL/Cir.PL/Circular Polarizer ou Linear Polarizer… somente uma. Os filtros lineares destinam-se ao uso com objectivas de foco manual (por interferirem na capacidade de AF das câmaras) enquanto que os circulares não interferem com o Auto-focus das câmaras. Existe também a ideia que os filtros Lineares interferem com o sistema de medição de luz das câmaras (TTL) algo que, pelo menos quanto ao Nikon que mencionei, não se passa e a medição continua a ser correcta.
De qualquer modo hoje em dia penso que só se vendem os Circulares ou, pelo menos, estes são decididamente os aconselháveis às D-SLR.
Revestimentos… revestimento de uma camada (single coated), multi revestimento (MC); revestimento multi resistente (MRC); super multi revestimento… há para todos os gostos e … preços! Claro que, supostamente, os melhores serão os de vários revestimentos e resistentes às limpezas e ao tempo (os BW -MRC possuem um isolamento e são estanque à entrada de água entre os dois vidros).
Existem também filtros polarizadores, ainda que menos vulgares, chamados de aquecimento “warm-PL” que além dos efeitos acima referidos adicionam uma tonalidade “quente” ao resultado final. Isto tem uma explicação lógica – é que os filtros polarizadores tendem a “arrefecer” as cores (dada a predominância da introdução de tons azuis) daí que também há quem coloque, em certas situações, além do filtro PL, um outro filtro de aquecimento.
Facilidade de uso… dos que experimentei, os da BW são os mais práticos de enroscar e desenroscar. Isto é particularmente importante se tivermos em atenção que quando queremos retirar o filtro, o primeiro anel do mesmo roda sobre o segundo que aperta à frente da objectiva e se ficar muito preso perdemos uma série de tempo até conseguir retira-lo. Em último caso, aqui fica um truque, que não fui eu que descobri, mas já me deu jeito. Se o filtro custar a sair colocamos a objectiva de frente contra uma superfície de borracha ou outra que trave o anel exterior e de seguida, pressionando contra essa superfície rodamos a objectiva e vão ver que sai. Também penso que é por este motivo que os filtros da BW têm a rosca num material tipo cobre que não oxida e não se “prende” à objectiva.
Uma curiosidade acerca dos filtros polarizadores da BW é o facto de, quando observados frontalmente à luz, parecerem ter pequenos defeitos no vidro (tipo enrugado ou deformado). É normal! É um artefacto que a marca introduz para produzir uma reflexão ondulada. Tal não é transmitido para a lente.

Como usar… depende! Se quisermos o efeito máximo devemos virar a objectiva a cerca de 90º em relação ao sol. Dito isto, a intensidade do efeito é também “doseada” à medida que rodamos um vidro sobre o outro e aumentamos a quantidade de luz polarizada que passa através dele. A 180º, com o sol pelas nossas costas, a polarização é praticamente inexistente.

Princípio de funcionamento dos Filtros Polarizadores:
(Para melhor compreensão fiz o esquema acima que, não tendo o melhor grafismo, penso que dá para perceber o princípio…)

Cuidados a ter… se estivermos a usar uma objectiva gande-angular, em conjunto com um polarizador de espessura “normal” deve ter-se cuidado para evitar vinhetagem. Quanto mais intensidade de efeito for usado maior será a probabilidade da mesma aparecer. Esse fenómeno pode ser diminuído com os filtros polarizadores de espessura mais fina vulgarmente designados por “slim” ou “thin”. Contudo estes são mais caros que os primeiros. Se a objectiva com que se pretende usar filtros polarizadores for de diâmetro inferior a 77mm talvez “valha a pena” comprar um “normal” de 77mm e usar um adaptador ao diâmetro da rosca da objectiva em que o vamos usar. Ou seja, pode compensar mais comprar um filtro de 77mm em vez de um de, por exemplo, 55mm e usar um redutor de 77mm para os 55mm em vez de comprar um fino desta última medida. O de 77mm certamente poderá ser usado com/ou sem outros redutores noutras objectivas! Outro cuidado a ter, quando usados com grandes-angulares (abaixo dos 28mm em FX), é evitar o seu uso no máximo efeito porque a fotografia vai parecer pouco natural e vai provavelmente notar-se uma certa gradação na cor azul do céu… mas cada caso é um caso, por isso vale sempre a pena pelo menos experimentar!

Alguns exemplos de uso de filtros polarizadores em baixo:

        
       Sem Polarizador                                                                       Com BW C-PL MRC
(ambas as fotografias acima sem qualquer compensação de exposição. De reparar na sombra provocada pelo pequeno desnível de terreno, do lado direito da fotografia, donde se constata que o sol se encontrava lateralmente, à esquerda a cerca dos tais 90º. Existe porém uma variação de colorido entre as duas fotos que não deriva somente do uso do filtro polarizador mas também da diferença de luz pela passagem de uma pequena nuvem no caso da fotografia da esquerda estando, por isso, o efeito um pouco “falseado”)

                   
                                           BW C-PL quase no seu efeito máximo                                    Exemplo sobre água
(No caso da fotografia da Igreja de Refóios, reparem na sombra do Pelourinho. Para obter o máximo efeito a fotografia deveria ter sido captada a partir duma localização um pouco mais à esquerda – 90º em relação à posição do sol. Quanto ao exemplo da água, com o uso do filtro polarizador foi possível focar e captar o lírio amarelo reflectido na água graças á isenção de reflexos)



Uma outra situação em que a utilização de filtros polarizadores se traduz numa melhoria em termos de resultados da imagem final é o caso da fotografia aérea na qual é usual, dada a distância entre o avião e a superfície da terra, a existência de névoa e que, deste modo, fica minimizada.

Ao lado:
Fotografia Aérea da Barra de Aveiro
captada a bordo dum Cessna 152 II

Nikon Nikkor 28-80mm f/3.5-5.6 AF-D





















Esta semana… mais uma opinião (que vale o que vale, claro) acerca de equipamento.
Desta vez acerca da Nikkor 28-80mm f/3.5-5.6 AF-D.
Esta foi uma objectiva fabricada pela Nikon (até meados de 2001, por isso já há muito descontinuada) que, neste seu segundo modelo de produção - o aqui em causa - vendeu, ao que julgo, para cima de 600.000 unidades.
Difere um pouco do prévio modelo designadamente no tamanho do anel de focagem que é, neste segundo modelo, um pouco mais largo. O modelo que sucedeu as duas séries já referidas foi já um modelo das novas série “G”, ou seja, sem anel e respectiva escala de aberturas o qual bateu recordes de vendas em relação às suas “irmãs mais velhas”. Nada mais, nada menos, que para cima de 1.500.000 unidades!
Em comum têm o facto de serem todas objectivas “Normal Zoom” de gama “Baixa” em formato FX. Actualmente a Nikon não produz nenhuma objectiva Zoom de distância focal “normal” (entenda-se distâncias focais “normais ou médias”) em formato FX pelo preço acessível a que era vulgarmente comercializada a objectiva em causa. Já em formato DX, e com distâncias focais equivalentes para esse formato, continuam a haver algumas boas propostas. Há dias tive oportunidade de experimentar uma económica Nikkor 18-55mm f/3.5-5.6 G II, mas o modelo sem VR, (no fundo uma objectiva zoom de distâncias focais idênticas à 28-80mm aqui em causa porquanto a 18-55mm é um modelo DX, logo, equivalente a uma 27-82,5mm em formato FX) juntamente com uma Nikon D60, e claro que mais uma vez sublinho, nesta gama de objectivas e comparativamente às opções concorrentes, também me pareceu uma boa aposta com a vantagem de, além de ser muito mais recente, ter um elemento óptico “ED” e beneficiar do rápido sistema de focagem “AF-S” comparativamente à 28-80mm.
De qualquer maneira nenhuma delas se destina propriamente ao uso predominante de foco manual. Se bem que tal seja possível, a sensação de "folga" que transmitem, principalmente pelo anel de focagem não inspira confiança e a imprecisão de focagem obtida através deste método faz com que não seja o método mais recomendado. Porém, os resultados, em AF, são melhores do que aparentemente se poderia pensar depois de manusear estas objectivas.
Quanto à 28-80mm, o aspecto transmitido pelo frágil plástico e pelo próprio som da mesma, quer quando abanada quer quando em focagem, engana e a qualidade das imagens é, de certa maneira razoável, para esta gama de objectivas e preço. Durante anos possui uma destas objectivas (a da foto) e só recentemente a substituí por uma Nikkor 28-70mm f/2.8.
Depois do que acima foi dito pode perguntar-se então o porquê? O primeiro aspecto foi já referido, a imprecisão que a objectiva transmite quando focamos manualmente ou quando usamos o anel de zoom para mudar a distância focal (28mm~80mm), obrigando quase sempre a refocar o tema e em segundo lugar pela abertura um pouco “lenta” para este tipo de objectiva. Claro que além destas vantagens, a 28-70mm f/2.8, possui ainda uma velocidade de focagem muito rápida graças ao sistema “AF-S” aliada a uma abertura máxima, constante, a todas as distâncias focais de f/2.8 (uma mais valia em fotografia diurna em espaços interiores sem recurso ao flash).
Mas continuando a falar da 28-80mm f/3.5-5.6… a opinião que formei sobre esta objectiva foi sempre, dado o seu aspecto visual, de fragilidade e de objectiva de plástico “barata”, mas os resultados finais que obtinha até eram razoáveis. Claro que nunca foi uma objectiva de recorte e definição irrepreensíveis mas também nunca obtive péssimos resultados com a mesma. O seu preço “barato” é em parte devido não à poupança de investimento nas ópticas que usa mas sim à sua construção (MADE IN THAILAND) com o tal plástico “barato” entre outras pequenas coisas como, por exemplo, a baioneta que faz a ligação com o corpo da câmara ser totalmente em plástico em vez do tradicional metal (tendo a vantagem, por isso, em relação a outras objectivas de ser leve).
Por vezes, dentro da mesma gama de preços, a aposta em objectivas da marca Nikon compensa em relação às produzidas por outros fabricantes e penso que esta, apesar de maioritariamente ter sido vendida como lente de “Kit”, é um bom exemplo disso.
Um dos “defeitos” que sempre senti com esta objectiva foi, quando usada na sua distância focal mais pequena (28mm), e em formato FX (35mm) uma distorção exagerada dos planos e “flare” também exagerado quando exposta a luz mesmo lateral.
De resto, como a que tive foi adquirida precisamente em “Kit”, com uma Nikon F 80, não se fazia acompanhar quer da tampa traseira quer do parasol específico para esta objectiva (HB-20), bem necessário para minimizar a tendência acima referida e que, na altura em foi lançada no mercado, era difícil de encontrar. Acabei por me “desfazer” desta objectiva sem nunca o ter adquirido! Usei sempre os alternativos parasois de borracha (com os devidos cuidados a 28mm para não ter vinhetagem).
Em resumo: uma objectiva de baixa gama (também conhecidas como objectivas de Kit por serem geralmente vendidas em conjunto com máquinas do mesmo fabricante), barata, discreta, com aspecto frágil mas com elementos ópticos capazes de produzir imagens melhores que o seu aspecto visual faria antever.

Qualidade Óptica
★★★☆☆
Qualidade de Construção
★★☆☆☆
Versatilidade
★★★☆☆
Manuseamento
★★★☆☆
Valor
★★☆☆☆

Oxford. Fim do dia.

Nikon D200 + Nikkor 50mm f/1.4 AI
(f/5,6; 1/80 seg.; ISO 200)

Captada em Julho de ano passado em Oxford – Inglaterra.
Trata-se da fachada dum edifício duma firma de seguros localizada numa das muitas pacatas e simpáticas ruas da pequena cidade de Oxford.
Durante um passeio, já muito ao fim da tarde, numa altura em que a luz do dia era já diminuta, as cores utilizadas pela iluminação interior do citado edifício contrastavam e sobressaíam do restante cenário. Tal situação foi bastante para que aproveitasse o momento e o resultado foi esta fotografia.
Sendo certo que prefiro a fotografia de Natureza ou Paisagem, no meio Urbano existem também um sem fim de possibilidades de se registarem motivos interessantes, quer seja pelo instantâneo duma situação, formas, cores, luzes….
Contrariamente ao que possa parecer não houve, nesta fotografia, qualquer pós-produção além do redimensionamento da mesma para publicação na Net.
As cores que emanavam do interior do edifício eram mesmo assim. Talvez não seja a melhor iluminação para quem lá trabalha mas o que é certo é que, visualmente, o seu exterior é muito apelativo.

(Fotografia publicada na Revista Super Foto Prática – Edição de Dez/2008)
Ps: esta aproveito para dedicar aos amigos Tony/Sandra que nos acolheram e acompanharam na bonita cidade de Oxford.